EXPOSIÇÃO

PRESSKIT DIGITAL

 

 

CROQUIS E PROJETOS

RELEASE

O pensamento de Oscar Niemeyer da prancheta

para o espaço expositivo do Itaú Cultural

A mostra, que tem como extensão ao nome do arquiteto Clássicos e Inéditos, apresenta pela primeira vez o conjunto de sua obra ao exibir  projetos que registram o seu percurso, mas, sobretudo, ao expor outros que nunca saíram do papel e ganharam luz graças à pesquisa e digitalização de seus originais realizados em parceria  entre a Fundação Oscar Niemeyer e o Itaú Cultural

Congresso Nacional,

Brasília, DF

Sede Cia. Energética de São Paulo, SP (1979)

Museu de Arte Contemporânea Niterói, RJ

De 5 de junho, com coquetel de inauguração para convidados um dia antes, a 27 de julho, o público pode acompanhar o pensamento de Oscar Niemeyer (1907-2012) quando se debruçava em sua prancheta de trabalho. Os traços do arquiteto que revolucionaram a forma, ao fundir estrutura e arquitetura, estão nas mais de 300 obras exibidas na exposição Oscar Niemeyer: Clássicos e Inéditos e ocupam os três andares do espaço expositivo do Itaú Cultural. São plantas, croquis e desenhos originais, maquetes, filmes e fotos.

 

A curadoria é de Lauro Cavalcanti e a expografia é de Pedro Mendes da Rocha. A organização é do Núcleo de Artes Visuais do instituto que trabalha em parceria com a Fundação Oscar Niemeyer a qual, com patrocínio do Itaú Unibanco, realizaram a digitalização de 4800 desenhos e croquis originais do acervo da fundação já catalogados e parte desse material está presente na mostra.

 

 

“O Itaú Cultural tem uma forte preocupação e atuação no resgate de ícones da cultura brasileira.”, comenta Eduardo Saron, diretor da instituição. “O apoio do instituto para a digitalização de todo o acervo deste arquiteto primordial para o país e o mundo, se insere nesse caminho que seguimos para a preservação do legado cultural produzido aqui.”

 

Também por esta razão, o Itaú Cultural procura aprofundar a exibição de trabalhos de Niemeyer raramente vistos. “Várias exposições sobre a obra construída de Oscar Niemeyer foram feitas por ele próprio ou por outros curadores”, comenta Cavalcanti apontando o diferencial da proposta desta mostra: “Sem descartar o registro de um percurso que, por vezes, se confunde com aquele da arquitetura do século XX, o objetivo desta mostra é revelar projetos inéditos que, por vários motivos, permaneceram no papel.”

 

Divididos tematicamente em cada um dos três andares – Clássicos, no 1º piso; Inéditos, no piso -1 , e São Paulo, no piso -2 – são apresentados 70 projetos, sendo 51 deles inéditos e 19 construídos, disponibilizados também em formato digital para consulta do público. Eles se desdobram em 309 plantas, desenhos e croquis originais. Também faz parte da mostra, um rolo de 16 metros de comprimento, praticamente desconhecido, desenhado por Niemeyer durante a gravação do documentário Oscar Niemeyer - O Filho das Estrelas, dirigido por Henri Raillard em 2001.

 

Completam o circuito, sete maquetes – quatro delas inéditas e uma eletrônica, que apresenta o projeto para sede da Companhia Energética de São Paulo (CESP) em dois terrenos na confluência da Alameda Ministro Rocha Azevedo e São Carlos do Pinhal. “Nela podemos acompanhar seu raciocínio no sentido de recriar um espaço urbano com menor adensamento e maior incidência de ar e luz”, observa o curador. A projeção contínua de dois documentários sobre ele, exibidos na íntegra, aprofundam o conhecimento não somente do profissional como do homem Niemeyer: o citado acima, e Oscar Niemeyer – A Vida é um Sopro, com direção e roteiro de Fabiano Maciel.  E, ainda, depoimentos gravados em vídeo de outros arquitetos como Paulo Mendes da Rocha, Ciro Pirondi e Ruy Ohtake. Some-se, 179 imagens de célebres fotógrafos como Thomas Farkas, Marcel Gautherot, Leonardo Finotti, Chico Albuquerque, Domingos de Miranda Ribeiro, Michel Moch, Mauricio Simonetti e Kadu Niemeyer.

 

Outros destaques

Ainda entre os destaques a serem exibidos na mostra deste arquiteto está a maquete do Ministério da Educação e Saúde, famoso edifício projetado por Niemeyer e Lucio Costa no Rio de Janeiro em 1936. Entre os projetos para residências está a planta para a família Buarque de Hollanda em São Paulo, de 1953.

 

O visitante também pode ver o projeto para Cidade do Futuro, mais um nunca realizado, assim como o plano da Cidade de Negev projetado em 1964 para a construção de uma cidade no deserto de Negev, em Israel.

 

 

Sobre os inéditos

Os originais inéditos provém, em sua grande maioria, de cadernos de trabalhos não executados.  De acordo com o curador, eles permitem ver a metodologia de Niemeyer, assim como seguir o seu modo de conceber, desenhar, escrever e, em alguns casos, acompanhar o desenvolvimento dos projetos. Ele colocava suas opções visuais por escrito, em textos que chamava de “explicações necessárias”, caso tivesse dificuldade de clareza ou síntese voltava para a prancheta para redesenhá-lo.

 

A monumentalidade de sua obra está patente, entre outras, no desenho de mansões projetadas para Bruxelas, Jeddah e Brasília. Ao contrário, o domínio da pequena escala foi exercido na casa projetada para Oswald, assim como na residência circular, sobre pilotis, concebida para ele próprio nos anos 1980, e na pequena habitação, de 1979, presenteada a um amigo seu, do qual só se sabe o prenome Salim.

 

Também de acordo com o curador, a mostra permite perceber uma linha de coerência entre, por exemplo, a casca proposta em décadas distintas para a sede social do Jockey Clube Brasileiro no Rio (1973).

 

Clássicos

O setor dedicado aos clássicos reúne fotografias e maquetes de suas obras emblemáticas e, também, traz novidades. Pela primeira vez são mostrados os originais do conjunto de 20 croquis preparados pelo arquiteto, em 1997, denominados Aula. O objetivo de Niemeyer era que fossem multiplicados, percorrendo universidades de todo país, de modo a transmitir seu pensamento plástico, político e existencial.

 

Chamam à atenção, ainda, as cópias heliográficas da sede da Organização das Nações Unidas (ONU), interferidas por traços de lápis de cor. Elas registram um momento histórico de Niemeyer, quando ele, cedendo às argumentações do mestre, abdicou de ter seu projeto individual escolhido, propondo uma fusão com a proposta de Le Corbusier.

 

Em São Paulo

Clássicos e Inéditos reserva todo um andar aos projetos para o estado de São Paulo. Um mapa eletrônico localiza os projetos de Niemeyer para a cidade. “Um vínculo muito especial liga Oscar Niemeyer a São Paulo”, observa o curador. “Conjunto da Pampulha à parte, foram executadas em terras paulistanas, em 1951, as suas primeiras grandes obras públicas, o conjunto do Ibirapuera e a primeira mega estrutura dentro do tecido urbano, o Edifício Copan.” Para ele, esses projetos foram fundamentais no sentido de exercitar uma linguagem de grandes escalas, aplicada depois em Brasília.

 

Este andar reúne uma série de projetos para o estado de São Paulo, no período de 1938 a 1990. Entre os inéditos que permeiam toda a mostra neste piso encontra-se uma versão de 1989, para o Auditório do Ibirapuera, muito diversa da construída em 2002.

 

Digitalização do acervo

A digitalização do acervo do arquiteto pela Fundação Oscar Niemeyer, com o patrocínio do Itaú Unibanco, contempla aproximadamente cinco mil documentos e ainda o tratamento e catalogação de parte dos arquivos da Instituição. Com o início dos trabalhos no ano passado, até agora foram catalogados mais de 500 projetos.

 

A coleção da instituição consiste em quase 9 mil documentos produzidos entre 1938 e 2005, entre álbuns, croquis e desenhos técnicos. Representando 342 projetos dos mais de 600 criados por Niemeyer, os documentos são um valioso registro do trabalho de um artista que marcou a arquitetura do século XX. Um acervo importante pela quantidade de documentos reunidos e pelo fato de serem, em grande parte, sobre projetos que não foram construídos, muitas vezes sendo a única referência existente sobre eles.