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Ocupação Laerte

O Itaú Cultural apresenta apresenta nesta mostra os caminhos artísticos e militâncias políticas e sociais da cartunista. A curadoria é de seu filho, o artista visual, roteirista e quadrinista Rafael Coutinho; cenografia de Fred Teixeira e coordenação do Núcleo de Audiovisual e Literatura.

Nova Ocupação do Itaú Cultural mostra os traços, cores, linhas e formas de Laerte

 

Na vigésima exposição da série, o visitante percorre um labirinto onde encontra uma significativa panorâmica de trabalhos da artista que se celebrizou com suas tirinhas em jornais, a partir dos anos 70, e se consolidou nos mais diversos segmentos da arte e pelas questões de gênero; a mostra se estende virtualmente no site do instituto com um hotsite, uma revista que analisa e ressalta os caminhos de Laerte e contém dois ensaios fotográficos feitos especialmente  para a publicação, um audiovisual com testemunhos de seus parceiros

 

 

 

 

 

 

 

Outra trajetória importante do labirinto, ainda de acordo com o curador, será a dos tempos do sindicato. “São as tirinhas que ficaram presas na memória de um período político importante – o da ditadura militar – e permaneceram nos arquivos da OBORÉ por muito tempo”, diz.  A seleção das obras deu espaço ainda a tiras publicadas nos principais jornais do país, na militância na revista Balão, nas revistas de banca da editora Circo, na Placar.

 

Os personagens de Laerte são mais um destaque da exposição.  Piratas do Tietê, a Muchacha, os moradores de O Condomínio, Deus, Overman, Muriel, a versão travestida de Hugo, e Los 3 Amigos – a célebre parceria com Angeli e Glauco –, são alguns deles.  Também suas homenagens para amigos e personalidades que ela admira como Henfil, Glauco, Beethoven, Mozart.

 

Rafael Coutinho resume: “Cada caminho leva a uma compreensão do todo. Todos juntos não levam a lugar algum. Devolvem reflexões, a multiplicidade de Laertes e a sua própria natureza: dúvidas, avaliações cautelosas, sempre evitando armadilhas morais, preconceitos e maniqueísmos no julgamento do mundo”.

 

De 20 de setembro a 2 de novembro, o Itaú Cultural apresenta na Ocupação Laerte os vários caminhos artísticos e militâncias políticas e sociais da criadora dos Piratas do Tietê. Com curadoria de seu filho, o artista visual, roteirista e quadrinista Rafael Coutinho, a exposição conta com a cenografia de Fred Teixeira e a coordenação do Núcleo de Audiovisual e Literatura e as atividades educativas do Núcleo de Educação e Relacionamento.

 

Como se fosse um emaranhado novelo de lã, nas palavras do curador, a mostra apresenta cartuns, desenhos, quadrinhos, ilustrações, curtas-metragens. Ela ocupa 120 m² do espaço expositivo, onde o visitante encontra cerca de 2 mil obras, entre elas uma autocaricatura da quadrinista dançando com o Minotauro, feita especialmente para a exposição. Do total de obras, cerca de 300 são originais, 400 imagens digitais em tablets e aproximadamente 1500 impressas –, selecionadas entre milhares, com destaque para um painel ao fundo da exposição com exatas 900 tiras.

 

Idealizada como um labirinto, em que o visitante decide por qual das cinco entradas e saídas começa e termina o percurso, a Ocupação Laerte traz desde desenhos que ele fez quando tinha 8 anos, em registros remotos de 1958-1959 até hoje. “O eixo dos anos 80 se destaca porque é onde está a maior quantidade de suas obras”, conta Rafael, afirmando emocionado, que, mesmo sendo filho de Laerte, não conhecia a totalidade do trabalho do pai.