A mostra passo a passo

Em vários eixos, a Ocupação João das Neves apresenta a história deste “marginal brasileiro”, cuja expressão surgiu da percepção de que em sua obra estão presentes também elementos marginais da cultura do Brasil. Identidades que o artista incorporou à sua dramaturgia: a cultura afro-brasileira, a cultura indígena, a mulher, o trabalhador, o homem do sertão, a lavadeira, o sambista, os homossexuais, as travestis, e mais recentemente as novas famílias.

 

Acompanhe o percurso da exposição e, assim, a história do artista.

 

Anos de Chumbo

Fase do trabalho de João das Neves mais conhecida pela mídia e com a maior fortuna crítica. Abarca o período de João no Rio de Janeiro durante a ditadura militar, principalmente o seu trabalho como fundador e integrante do Grupo Opinião. Permanece no Rio de Janeiro até sua ida para o Acre em 1986. Peças representadas neste núcleo: O Último Carro, Um Homem é Um Homem, Jornada de um Imbecil até o entendimento, Se eu tivesse meu mundo, Café da manhã, A Ponte sobre o pântano, Dois perdidos numa noite suja.

 

Floresta

Ele sai do Rio de Janeiro em direção ao Acre em 1986. Desanimado com os rumos que o teatro toma no Rio de Janeiro, é convidado a ministrar uma oficina de seis meses em Rio Branco, Acre, e por lá fica até o início dos anos 1990. Contribui na formação do Grupo Poronga, com quem trabalha temas ambientais e sociais, como Tributo a Chico Mendes, encenado nas principais capitais do país. Entra em contato com os índios Kaxinawá, e com o apoio da Fundação Vitae pesquisa a história da nação Kaxinawá e escreve a peça Yuraiá – O Rio do Nosso Corpo, ainda inédita. No início da década de 1990, muda-se para Minas Gerais.

 

Sertão

Retrata a relação de João das Neves com o Estado de Minas Gerais, a relação com o congado, vinculada à história com sua esposa, Titane. Ali está representado cenograficamente o espetáculo Maria Lira – escrito por ele e Luciano Siqueira a partir de depoimentos da pesquisadora, cantora e artesã Maria Lira Marques, expoente da cultura popular e de resistência do Vale do Jequitinhonha, no norte mineiro, cujo cenário foi inspirado nas pinturas da artista. No espaço também se encontra um Boi Bumbá, um dos registros do seu encanto por outras manifestações folclóricas brasileiras, como o congado.

 

Águas

Neste espaço a sua visão sobre a fluidez da vida, com ciclos de renovação para encontrar o seu destino, fica projetada na exibição do curta metragem Nascente, uma ficção em que ele é protagonista, dirigida por Helvécio Marins Jr., em 2005.

 

Cidades

Apresenta espetáculos que ele montou em Belo Horizonte. A adaptação e encenação de Primeiras Estórias, de 1992, adaptada do livro de Guimarães Rosa e encenada no Parque Lagoa do Nado, na capital mineira. É remontada em 1995, no parque ecológico Monsenhor Salim, em Campinas, no interior paulista e volta a ser montada em Belo Horizonte, em 1996, a convite do II FIT. Há também a representação do espetáculo Pedro Páramo, de 2001, uma adaptação do livro do mexicano Juan Rulfo, encenado no Túnel Capitão Eduardo na periferia de Belo Horizonte.

 

Identidades

Traz à tona personagens criados por ele inspirados nas classes que vê marginalizadas na sociedade, como os afrodescendentes, as mulheres e o movimento LGBT. Nesee espaço estão representados os espetáculos: Galanga Chico Rei, Besouro Cordão de Ouro, Madame Satã, A Santinha e os Congadeiros, Aos Nossos Filhos, Flores do Lodo - As Polacas no Rio de Janeiro.

 

Festas

O lado alegre e jocoso do dramaturgo, lançado às manifestações populares da cultura do Brasil, é representado por objetos expostos nesse espaço, como fotos, objetos de cenas, objetos pessoais, além de um vídeo de João das Neves contando as experiências conquistadas em seu percurso.

 

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