Programação paralela

Ações paralelas acompanham o período em que a Ocupação Hilda Hilst estará em cartaz no Itaú Cultural; peças de textos seus são exibidas na sala de teatro do instituto; leituras de sua obra são realizadas na Sala Vermelha da mesma casa; poemas musicados por Zeca Baleiro são apresentados no Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer pelo próprio cantor; e, ainda no espaço expositivo, educadores falam sobre o trabalho da poeta, escritora e dramaturga.

O dia da abertura da Ocupação Hilda Hilst, sábado, dia 28 de fevereiro, é marcado por apresentações teatrais, performance e música, esta no palco do Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer. Na sequência, até abril, a programação se estende com mais textos desta singular poeta e dramaturga brasileira encenados no palco do instituto, leituras comentadas de sua prosa e poesia, e encontros com educadores da casa e o público para falar sobre a vida e obra de Hilda.

 

Às 12h15 do dia 28, é realizada, no próprio espaço expositivo, uma performance com trechos de Com os Meus Olhos de Cão. Este texto escrito por Hilda entre duas de suas obras fundamentais, A obscena senhora D e O caderno rosa de Lori Lamby, faz um grande questionamento sobre Deus. Nele, a autora mescla poesia e prosa, abstém-se de usar vírgulas e escreve em um estado quase febril de verdade, paixão e loucura. Os trechos são interpretados por Donizeti Mazonas e Wellington Duarte, em um ambiente escuro entrecortado por um frenesi de palavras ditas ao mesmo tempo de um para o outro.

 

Mais tarde, às 19h do mesmo dia, é encenada a peça A Obscena Senhora D, na Sala Itaú Cultural, com direção de Mazonas e atuação de Suzan Damasceno no monólogo. Nesta obra, Hille, apelidada pelo marido Ehud de Senhora D, D de Derrelição, aos 60 anos decide viver em um vão de escada onde se entrega a uma busca incessante pelo sentido das coisas. Neste espaço diminuto e na companhia de peixes do papelão que habitam um aquário, ela revive momentos da relação com o marido, recentemente falecido. A senhora D busca a compreensão do sagrado por meio da enigmática imagem de um menino-porco e chafurda os limites da sanidade ao confrontar-se com a velhice, o abandono, a ruína, o absurdo contido na sucessão dos dias e a própria morte.

 

Ainda neste dia, às 21h, a homenagem a Hilda continua em outro ponto da cidade perto dali: o Auditório Ibirapuera, que é gerido pelo Itaú Cultual, apresenta show inédito de Zeca Baleiro. O artista maranhense interpreta, pela primeira vez para o grande público, os poemas de Hilda Hilst de Ode Descontínua e Remota para Flauta e Oboé – De Ariana para Dionísio, retirados de Júbilo, Memória Noviciado da Paixão, e musicados por ele a pedido da escritora. O trabalho ficou conhecido em 2005, depois da morte dela, no CD com as músicas interpretadas somente por vozes femininas, com Zelia Duncan, Ângela Rô Rô, Olívia Byington, Maria Bethânia.

 

No domingo, 1 de março, às 19h do dia 1 de março, o palco do Itaú Cultural recebe a peça Osmo, também em formato de monólogo, desta vez dirigido por Suzan Damasceno, e com atuação de Donizeti Mazonas. O homem que dá nome à peça é um anti-herói na busca de compreender a dimensão da vida e da morte. Egocêntrico, só pensa em satisfazer os seus desejos, sem a interferência de uma moral que ponha freios aos instintos. Contudo ele procura em seus atos de horror a transcendência estética.

 

A violência está na linguagem da narrativa, internalizada e que se derrama e se desdobra não só na mente do narrador, mas, principalmente, na língua. A subjetividade de Osmo expõe tudo o que ele tem de humano, e isso implica percorrer ambos os caminhos: o bem e o mal.

 

Serial killer com pretensões literárias, ele está mergulhado na difícil e intrincada tarefa de escrever sua história quando é interrompido pelo telefonema de uma amiga que o convida para dançar. Sem saber, ela aciona o plano de Osmo que, depois de dançar, pensa fazer amor com ela e matá-la.

 

Para os dias 18 e 25, sempre das 20 às 21h30, ainda de março, está programada uma série de leituras sobre a obra da poeta a serem realizadas na Sala Vermelha do instituto. Na quarta- feira, 18, a professora de Literatura Brasileira na FFLCH da Universidade de São Paulo (USP), e pesquisadora do CNPQ, Eliane Robert de Moraes, e a doutoranda em Literatura Brasileira na USP, Luisa Destri, fazem uma leitura comentada de Hilda Hilst. Na obra da poeta, mulheres e homens se perguntam sobre os limites da palavra, da experiência vivida, da relação com o sagrado e o profano. Nesta mesa, elas discutem o lugar único que, ao buscar respostas, seus textos criaram para si na literatura brasileira. Na semana seguinte, também quarta-feira, dia 25, o escritor e jornalista José Castello faz uma leitura de alguns de seus poemas.

 

Entrando em abril, no sábado, dia 4, é apresentada a peça O meu lado homem – Um mini-cabaré d’escárnio. Com direção musical de Luiz Gayotto (música) e dramatúrgica de Marcelo Romagnoli, o monólogo conduzido pelo ator Luis Mármora foi inspirado na obra Cartas de um sedutor, de Hilda Hilst. Ambientado em um cabaré decadente, o espetáculo apresenta um anti-herói como apresentador, um show-man, que relembra fatos de sua vida, canta e permite à platéia um passeio pelo seu coração. De salto alto, barba e cílios postiços, o personagem é uma figura híbrida, um transgênero profundamente pornográfico e altamente poético.

 

A Ocupação Hilst encerra com a apresentação de Matamoros, nos dias 21 e 22 de abril, às 20h, com direção de Bel Garcia, idealização de Maíra Gerstner, e participação das atrizes Luciana Fróes (em vídeo) e Maíra Gerstner. O nome da peça é o de uma menina que, desde cedo, descobre os prazeres do corpo e do amor, mas também descobre as incertezas da vida.

 

O audiovisual com Luciana é projetado em seis pontos diferentes, utilizado como importante suporte na construção da dramaturgia do trabalho, que também conta com uma sonoridade que atravessa espaço e cena. As atrizes evocam as vozes das personagens de maneira alternada, na medida em que o vídeo toma o espaço e os corpos – físico e virtual – criam sentidos em consonância com música e luz, assumindo a instalação como força motriz do acontecimento cênico.

 

 

Atividades educativas

 

O Núcleo de Educação e Relacionamento do Itaú Cultural promove a programação especial Encontros sobre Hilda Hilst. Serão conversas de cerca de 30 minutos com os educadores do instituto sobre o universo da autora abordando algumas obras presentes na exposição. Sempre aos domingos (dias 8, 15, 22 e 29 de março e 5, 12 e 19 de abril), às 18h.

 

2014 - PRESSKIT DESENVOLVIDO PELA CONTEÚDO COMUNICAÇÃO

VOLTAR

PRESS KIT