Trabalhos assinados por criadores de diferentes

décadas e regiões do país

Confira o perfil e percurso de cada um dos 19 artistas que assinam as obras desta coleção do Itaú Cultural. Uns, representam a produção pioneira, trazendo ao olhar contemporâneo a força inventiva dessas imagens. Outros, pertencem a uma nova geração de artistas que trabalham com o audiovisual e que criam por meio deste instrumental de sons e imagens linguagens muito específicas.

Os artistas que assinam as obras da Coleção Itaú Cultural de Vídeos e Filmes nasceram em diferentes décadas e regiões do país e, posteriormente, se deslocaram por diferentes territórios dentro do Brasil ou fora dele. A exceção é Sara Ramo, que fez o caminho inverso: ela é espanhola, de Madri, mas cedo se radicou em Belo Horizonte e hoje se divide entre as duas cidades.

 

Alberto Bitar é de Belém (PA); Gisela Motta, Leandro Lima e Nelson Leirner, de São Paulo. Anna Bella Geiger, Brígida Baltar e Rubens Gerchman são do Rio de Janeiro. De Minas Gerais, Cao Guimarães, Eder Santos, Rivane Neuenschwander e Thiago Rocha Pitta.  Região nordeste do país viu nascer Letícia Parente, em Salvador (BA), e Paulo Bruscky, no Recife (PE). Já Letícia Ramos, Luiz Roque, Rafael França e Regina Silveira são gaúchos. Confira o percurso de cada um:

 

Alberto Bitar

Belém (PA), 1970

Nasceu em Belém (PA) em 1970. Formado em Administração de Empresas pela Universidade da Amazônia – Unama em 1995, iniciou na fotografia em 1991, ano em que passou pelas oficinas de fotografia da Associação Fotoativa, e desde 1992 desenvolve ensaios pessoais. Foi selecionado em 1996 pelo projeto Antarctica Artes com a Folha, um mapeamento da produção de jovens artistas do Brasil. No mesmo ano começou a fotografar para um jornal de grande circulação em Belém, onde permaneceu até 2001.

 

Realizou as exposições individuais Solitude (1994), Hecate (1997), Passageiro (2005) – com esta integrou a programação oficial do 7° Mês Internacional da Fotografia de São Paulo -, Efêmera Paisagem (2009/2011), Sobre o Vazio (2011), Corte Seco (2013 em Belém e 2015 em Porto Alegre) com essas duas recebeu o Prêmio Marc Ferrez de Fotografia da Funarte e ainda Imêmores Voos (2014) e Súbita Vertigem (2015).

 

Tem participado de mostras coletivas no Brasil e exterior, como Evocaciones – mostra de videoarte em Art Lima (Perú), Neblina: A Fotografia no Acervo do MACRS, Usina do Gasômetro (RS), Coleção Itaú de Fotografia Brasileira (Rio de Janeiro e Belém), Salão Internacional de Fotografia Abelardo Rodrigues Antes - Havana/Cuba, Festival Internacional de Curtas de São Paulo, Desidentidad, no Instituto Valenciano de Arte Moderno, na Espanha, e Une Certaine Amazonie, em Paris, dentre outras.

 

Participou do Rumos Artes Visuais do Itaú Cultural em 2009, Panorama da Arte Brasileira em 2011, em 2012 foi convidado para a 30ª Bienal Internacional de São Paulo – A iminência das poéticas e em 2015 para a 10ª Bienal do Mercosul – Mensagens de uma nova América. Tem obras em acervos como o da Coleção Pirelli/MASP, Museu de Arte Contemporânea da USP - MAC/USP, MAC/RS - MAC Rio Grande do Sul, Museu de Arte Moderna de São Paulo, MAM da

Bahia, Museu de Arte do Rio - MAR, Fundação Biblioteca Nacional, Fundação Rômulo Maiorana, Coleção de Fotografias da FNAC/SP, Coleção de Fotografias do Itaú Cultural, Museu de Arte do Rio Grande do Sul, Sistema Integrado de Museus do Pará e Museu de Arte Brasil Estados Unidos.

 

Anna Bella Geiger

Rio de Janeiro, 1933

Vive e trabalha no Rio de Janeiro. Escultora, pintora, gravadora, desenhista, artista intermídia e professora, iniciou na década de 1950 sua formação como artista no ateliê de Fayga Ostrower. No momento em que começa a estudar artes, Geiger já tinha formação em língua e literatura anglo-germânicas. No ano de 1954, viveu em Nova York, onde pôde frequentar aulas de história da arte com Hannah Levy no Metropolitan Museum of Art e, como aluna ouvinte, cursos na New York University. Entre 1960 e 1965, foi integrante do ateliê de gravura em metal do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, onde passaria a lecionar três anos mais tarde. Em 1969, novamente passou o ano em Nova York, desta vez ministrando aulas na Columbia University.

 

Em 1982, recebeu uma bolsa da John Simon Guggenheim Memorial Foundation, em Nova York. Publicou, com Fernando Cocchiarale, o livro Abstracionismo geométrico e informal: a vanguarda brasileira nos anos cinquenta, em 1987. Sua obra é marcada pelo uso de diversas linguagens e a exploração de novos materiais e suportes. Na década de 1970, sua produção adquire caráter experimental, com trabalhos de fotomontagem, fotogravura, xerox, vídeo e super-8. A artista se dedica também à pintura desde a década de 1980. Já a partir da década de 1990, passa a empregar novos materiais e a produzir formas cartográficas vazadas em metal, dentro de caixas de ferro ou gavetas, preenchidas com encáustica.

 

Desde os anos 1950 a artista mostra seu trabalho em exposições individuais e coletivas em instituições de prestígio tanto nacionalmente quanto internacionalmente.

 

Brígida Baltar

Rio de Janeiro, 1959

Vive e trabalha na cidade do Rio de Janeiro. Artista multimídia, frequentou a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no fim da década de 1980. Nessa época, também foi integrante do Grupo Visorama. A artista frequentemente registra seus trabalhos em fotografia e filmes curtos, a exemplo do projeto Umidades, realizado entre 1994 e 2001, ou com base na coleta de elementos naturais e transitórios, como neblina ou orvalho, em excursões que faz à serra das Araras ou à serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro. Entre seus trabalhos de maior destaque estão Abrigo, no qual projeta a forma do seu corpo e a escava na parede de sua casa-ateliê. Com o pó de tijolo da casa, realiza uma série de desenhos, esculturas e instalações.

 

Dentre suas exposições de destaque estão a 25ª Bienal de São Paulo (2002); 17ª Bienal de Cerveira, Portugal (2013); The Nature of Things – Biennial of the Americas, em Denver, EUA (2010); Panorama da Arte Brasileira (2007) e a 5ª Bienal de Havana, Cuba (1994). Participou das exposições internacionais “Cruzamentos: contemporary art in Brazil”, Wexner Center for the Arts, EUA (2014); SAM Art Project, França (2012); “The peripatetic school: itinerant drawing from Latin America”, Middlesbrough Institute of Modern Art, Inglaterra (2011); Museo de Arte del Banco de la República, Colômbia (2012) e “Constructing views: experimental film and video from Brazil”, New Museum, EUA (2010). A artista também tem trabalhos nas coleções: Colección Isabel y Agustín Coppel, México; Museum of Contemporary Art, Cleveland, EUA; Fundação Joaquim Nabuco, Recife; Middlesbrough Institute of Modern Art, Middlesbrough, Inglaterra; Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; Pinacoteca do Estado de São Paulo, dentre outras.

 

Cao Guimarães

Belo Horizonte, Brasil, 1965

Vive e trabalha em Belo Horizonte. Com formação em filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais, em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica-MG e mestrado em estudos fotográficos pela Westminster University de Londres, o trabalho do artista se desenvolve a partir do cruzamento entre os campos do cinema e das artes plásticas. Fotógrafo e videomaker, tem intensa produção desde os anos de 1980. Primeiramente, trabalha com fotografia, passando a partir dos anos de 1990 a dedicar-se à realização de vídeos, videoinstalações e filmes. Já no final dessa década, passa a trabalhar principalmente com documentários experimentais, tendo realizado nove longas-metragens.

 

O artista tem suas obras em acervos mundialmente prestigiados como a Tate Modern, Londres; MoMA e Guggenheim Museum, Nova York; Fondation Cartier, Paris; Colección Jumex, Cidade do México; Inhotim, Brumadinho (MG); Thyssen-Bornemisza, Madri, dentre outros. Também participou de importantes exposições como a 25ª e 27ª Bienal Internacional de São Paulo; Insite Biennial 2005, México; “Cruzamentos: contemporary art in Brazil”, EUA; “Tropicália: The 60s in Brazil”, Áustria; Sharjah Biennial 11 Film Programme, Emirados Árabes Unidos e “Ver é uma fábula”, retrospectiva que contou com grande parte de suas obras, realizada no Itaú Cultural, em São Paulo.

 

Recentemente teve retrospectivas de seus filmes no MoMA, em 2011, Itaú Cultural, em 2013, no festival Bafi ci (Buenos Aires) e Cinemateca do México, em 2014.

 

Eder Santos

Belo Horizonte, 1960

Vive e trabalha em Belo Horizonte, Brasil. Autor de uma densa obra em vídeo e instalação, o artista graduado em belas-artes e comunicação visual pela Universidade Federal de Minas Gerais é também criador da produtora Emvídeo. Tendo começado sua trajetória como videomaker no ano de 1983, Santos sempre demonstrou interesse em aproveitar as imperfeições e os ruídos resultantes do formato vídeo, valendo-se para tanto de diferentes tecnologias disponíveis, tais como o super-8 e o VHS. No ano de 1995 dirigiu o longa-metragem Enredando pessoas, premiado em festivais de cinema internacionais.  No ano de 2007 criou sua atual produtora, a Trem Chic, de onde continua sua produção.

 

Mostrou seu trabalho nas exposições individuais “Suspensão e fluidez”, na Arco de Madri, em 2009; e “Roteiro amarrado”, Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, em 2010. Também tem obras em acervos de instituições como o MoMA (EUA) e o Centre Georges Pompidou (França).

 

Gisela Motta e Leandro Lima

São Paulo, 1976 / São Paulo, 1976

Vivem e trabalham em São Paulo. Ambos são formados em artes visuais pela Fundação Armando Alvares Penteado, obtendo a graduação no ano de 1999. Desde o começo de seus estudos na faculdade, os dois já trabalhavam juntos. Os artistas são precursores no uso de recursos e processos característicos no trabalho com captação e edição de vídeo digital e suas tecnologias. A dupla de artistas entende seus trabalhos em vídeo não apenas como imagem, mas também como objeto e instalação.

 

Desde o ano de 1998, vêm participando de numerosas exposições nacionais e internacionais. Também são ganhadores de diversos prêmios no Brasil além de um trabalho comissionado para a Cisneros Fontanals Art Foundation – Cifo, Miami, EUA, no ano de 2010. Participaram de três residências artísticas e têm seus trabalhos em acervos de diversas coleções públicas.

 

Letícia Parente

Salvador, 1930-1991

Em 1962 tornou-se professora de química na Universidade Federal do Ceará. Foi uma artista pioneira na videoarte brasileira, tendo iniciado seu estudo em artes no NAC (Núcleo de Artes e Criatividade), recém-fundado no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro, em 1971. Nesse período, assiste a aulas ministradas por Pedro Dominguez e Hilo Krugle, e já no ano seguinte começa a expor sua produção artística. Ainda na década de 1970, estuda e pesquisa com Anna Bella Geiger, o que facilita entrar em contato com artistas como Fernando Cocchiarale e Paulo Herkenhoff.

 

Entre os anos de 1975 e 1976 integrou o grupo de pioneiros da videoarte brasileira, junto com Sônia Andrade, Ivens Machado, Anna Bella Geiger, Fernando Cocchiarale, Paulo Herkenhoff, Miriam Danowski e Ana Vitória Mussi. Dentre seus trabalhos de maior destaque estão Marca registrada (1975), Preparação I (1975), In (1975), Preparação II (1976), Especular (1978) e De aflictiora pro nobis (1979) e Tarefa I (1980). Entre 1970 e 1991, realizou trabalhos em pintura, gravuras, objetos, fotografias, trabalhos audiovisuais, de arte postal e xerox, vídeos e instalações, nos quais predominam a dimensão experimental e conceitual.

 

A artista morreu em 1991, no Rio de Janeiro. Com exposições no Brasil e no exterior, teve a sua primeira individual no Museu de Arte Contemporânea de Fortaleza, em 1973. Em 1976, realiza a exposição “Medidas”, na Área Experimental do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Também participou da 16ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1981.

 

Letícia Ramos

Santo Antônio da Patrulha, RS, 1976

Vive e trabalha em São Paulo. Seu foco de investigação artística é a criação de aparatos fotográficos próprios para a captação e reconstrução do movimento e sua apresentação em vídeo, instalação e fotografia. Tal característica se manifesta em seu especial interesse pela ciência da ficção, como em suas séries ERBF, Bitácora e Vostok, em que desenvolve complexos romances geográficos.

 

Seus trabalhos já foram expostos em espaços e eventos como Centro de Arte Pivô, São Paulo; Tate Modern, Londres; Itaú Cultural, São Paulo; MAM Salvador; Centro Cultural São Paulo; Parque Lage, Rio de Janeiro; 9ª Bienal do Mercosul, Porto Alegre; Museu Coleção Berardo, Lisboa; WRO Bienal, Polônia; Instituto Tomie Ohtake, São Paulo e CAPC – Musée d’Art Contemporain de Bordeaux. Foi ganhadora de importantes prêmios, entre os quais: o Prêmio Marc Ferrez de investigação fotográfica, Prêmio Brasil Fotografia – pesquisas contemporâneas, Bolsa de Fotografia do Instituto Moreira Salles, Prêmio Videoarte da Fundação Joaquim Nabuco e também do importante prêmio internacional de fotografia Bes Photo 2014. Indicada como finalista do prêmio Pipa 2015, também recebeu recentemente a Beca de Artes Visuales da Fundación Botin, Espanha. A artista tem exposições futuramente programadas para o MAM Rio de Janeiro, Videobrasil (São Paulo) e Nouveau Musée National de Mônaco.

 

Luiz Roque

Cachoeira do Sul, RS, 1979

Vive e trabalha na cidade de São Paulo, Brasil. Bacharel em artes visuais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o artista ainda participou de diversas residências nacionais e internacionais em seu processo constante de formação artística.

Nos últimos anos, seu trabalho tem sido mostrado individualmente em lugares como Paço das Artes (São Paulo, 2008), Ateliê Subterrânea (Porto Alegre, 2009) e Phosphorus(São Paulo, 2013), Museu do Trabalho (Porto Alegre, 2014),White Cubicle (Londres, 2015) e em coletivas como “Video links Brazil” (Tate Modern, Londres, 2007) e “Futuro do pretérito” (Mendes Wood DM, São Paulo, 2012). Seu vídeo Projeto vermelho foi exibido na 12ª Biennnial de L’Image en Mouvement (Suíça, 2007) e foi incluído na seleção “Lúcida”, um panorama sobre a videoarte latino-americana veiculado na televisão argentina canal (à), também durante o ano de 2007. Em 2010 tomou parte de “Constructions views: experimental film & video from Brazil”, no New Museum (EUA). Participou da 17ª e 18ª edições do Videobrasil (São Paulo). Em 2013 fez parte da 9ª Bienal do Mercosul (Porto Alegre). Exposições coletivas recentes incluem "Amor e ódio a Lygia Clark”, Zacheta National Gallery, Varsóvia, Polônia (2013), "The Brancusi effect", Kunsthalle, Viena, (2014); "The violet crab", DRAF, Londres (2015) e "A mão negativa", EAV Parque Lage, Rio de Janeiro (2015).

 

Nelson Leirner

São Paulo, 1932

Vive e trabalha no Rio de Janeiro.  O artista é filho da escultora Felícia Leirner (1904-1996) e do empresário Isaí Leirner (1903-1962). Seus pais ajudam a fundar o Museu de Arte Moderna de São Paulo e também conviveram com boa parte da vanguarda brasileira. No entanto, essa proximidade proporcionada por sua família não despertou de imediato o seu interesse pela arte. Leirner resolve tornar-se artista apenas na década de 1950, estimulado por trabalhos de Paul Klee (1879-1940). Desde então, o artista vem se mostrando como um nome de grande destaque da arte brasileira. No ano de 1966, fundou com outros cinco artistas – Geraldo de Barros, Wesley Duke Lee, Carlos Fajardo, Frederico Nasser e José Resende – o Grupo Rex, em que os artistas questionavam com os seus trabalhos o excesso de institucionalização da arte.

 

Desde o fim da década de 1950, o artista vem participando ativamente do movimento artístico no Brasil, reafirmando continuamente sua posição de destaque. Teve diversas exposições, tanto individuais quanto coletivas com grande expressão nacional e internacional, além de ter recebido importantes premiações. Dentre estas, destacam-se a exposição “Nova objetividade brasileira”, MAM, Rio de Janeiro, no ano de 1967; já em 1994 participou da Bienal Brasil do século XX e fez uma retrospectiva de seu trabalho no Paço das Artes, em São Paulo, onde lançou um livro sobre seu trabalho, revisto por Agnaldo Farias. No ano de 1999, foi o representante brasileiro na 48ª Bienal de Veneza. Recentemente também vem recebendo exposições retrospectivas e premiações como forma de reconhecimento a sua grande contribuição à história da arte brasileira.

 

Paulo Bruscky

Recife, PE, 1949

Artista multimídia e poeta. Na década de 1960 inicia pesquisa no campo da arte conceitual, e a partir de 1970 desenvolve pesquisas em arte-xerox. Em 1973, atua no Movimento Internacional de Arte Postal, sendo um dos pioneiros no Brasil nessa arte, e no ano seguinte lança o Manifesto Nadaísta. Organiza duas exposições internacionais de arte postal no Recife em 1975 e 1976, sendo esta última fechada pelos militares brasileiros. Realiza 30 filmes de artistas e videoarte entre 1979 e 1982, e começa a produzir videoinstalações em 1983. Cria, em 1980, o xerox-filme com base em sequências xerográficas. Com a Bolsa Guggenheim de artes visuais recebida em 1981, reside por um ano em Nova York. Nesse ano, expõe na sala especial sobre arte postal montada na 16ª Bienal Internacional de São Paulo.

 

É editor de livros de artistas e mantém em seu ateliê no Recife importante coleção de livros e documentos sobre arte contemporânea, entre eles correspondência com integrantes dos grupos Fluxus e Gutai. Em 2004, seu ateliê é integralmente transferido do Recife para São Paul, sendo remontado em uma das oito salas especiais da 26ª Bienal Internacional de São Paulo. (Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural)

 

Rafael França

Porto Alegre (RS),1957 – Chicago (EUA) 1991

Artista multimídia. Forma-se em artes plásticas pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP) e em 1985 torna-se mestre em artes pela The School of the Art Institute of Chicago. A partir de 1982, passa a viver alternadamente em São Paulo e Chicago, produzindo vídeos, instalações e trabalhos de curadoria nos dois locais e também em sua cidade natal. É também um gravurista talentoso e crítico de arte particularmente voltado para questões atuais da arte contemporânea, colaborando em várias revistas especializadas do Brasil e do exterior e também na organização de mostras de videoarte (por exemplo, mostra da 19ª Bienal Internacional de São Paulo, 1987). Tem uma obra videográfica das mais coerentes e sistemáticas de toda a arte eletrônica brasileira.

 

Regina Silveira

Porto Alegre, 1939

Vive e trabalha em São Paulo, Brasil. Artista multimídia, gravadora e professora, iniciou sua formação em artes estudando pintura na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. No início da década de 1960, foi integrante do Ateliê Livre da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, onde teve aulas de pintura com o Iberê Camargo. Depois de residir na Espanha, em Porto Rico e nos EUA, a artista se fixou na cidade de São Paulo, onde concluiu seus estudos de mestrado e doutorado pela Universidade de São Paulo. Ao utilizar novas mídias como a heliografia, o microfilme, a xerografia e o vídeo, constrói novas formas de representação, característica que a coloca dentre os artistas de maior expressão no cenário nacional e internacional. Professora da Universidade de São Paulo é responsável também pela formação de outros grandes artistas nacionais como Ana Maria Tavares (1958), Rafael França (1957-1991), Mônica Nador (1955) e Iran do Espírito Santo (1963).

 

Entre as muitas exposições coletivas de que participou desde os anos 60, algumas das mais recentes são: “Brazil: body and soul”, no Guggenheim Museum, Nova York (2001), “Anos 70: arte como questão”, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo (2007), “Máquinas de mirar”, no Centro Andaluz de Arte Contemporânea, Sevillha (2009), Philagrafika 2010, em Philadelphia, EUA, “Gravura no campo expandido” e “Aberto/fechado: caixa e livro na arte brasileira”, na Pinacoteca do Estado de São Paulo (2012).

 

Entre suas exposições individuais mais recentes estão: “Lumen”, no Palácio de Cristal, Museu Reina Sofia, Madri (2005); “Sombra luminosa”, no Museu de Arte Banco de la República, Bogotá (2007); “Ficções”, no Museu Vale do Rio Doce, Vila Velha – ES (2006); Tropel reversed no Køge Art Museum, Dinamarca (2009); “Linha de sombra”, no Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro (2009); “Abyssal”, na Atlas Sztuki, Lodz, Polônia (2010); “Ocupação”, no Instituto Itaú Cultural, São Paulo (2010); “1001 dias e outros enigmas”, na Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre (2011); “Limits”, no Rubin Center for the Visual Arts, UT El Paso, EUA (2011) e “In absentia (Collection)”, no The Aldrich Contemporary Art Museum, Ridgefield, Co., EUA (2012).

 

Rivane Neuenschwander

Belo Horizonte, 1967

Vive e trabalha entre Belo Horizonte e Londres. Artista visual, começa sua formação estudando desenho na Escola de Belas-Artes da Universidade Federal de Minas Gerais. No ano de 1992, faz sua primeira exposição individual na Itaú Galeria de Belo Horizonte e de São Paulo. Nesse mesmo ano recebe o Prêmio Marc Ferrez de Fotografia pelo projeto Ex-votos, objetos fotográficos, realizado na Fundação Nacional de Arte (Funarte), Rio de Janeiro. Em 1996, é premiada no projeto Antarctica Artes com a Folha em conjunto com os artistas Marepe (1970) e Cabelo (1967).

 

Entre os anos de 1996 e 1998, é artista residente do Royal College of Art, em Londres. Participa da 24ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1998. No mesmo ano, é diretora de arte do curta-metragem Otto, eu sou um outro, com direção de Lucas Bambozzi (1965) e Cao Guimarães (1965). Em parceria com o artista Cao Guimarães, a artista dirige os vídeos experimentais Sopro (2000) e Word/World (2001).

 

Em 2009 realiza junto com o irmão Sérgio o trabalho de vídeo A queda, em que o lúdico é abordado através do jogo e da brincadeira. Desde a década de 1990, a artista participa frequentemente de mostras nacionais e internacionais. Em 2001 recebe prêmio da ArtPace Foundation, nos Estados Unidos. Também participa da Bienal de Veneza em 2003 e em 2004, e da 27ª Bienal de São Paulo, em 2006.

 

Entre suas exposições individuais, nos últimos anos, destacam-se “At a Certain Distance”, Malmö Konsthall, Malmö, Suécia; “A Day Like Any Other”, New Museum, Nova York (2010); “Rivane Neuenschwander und Haegue Yang”, Kunstverein Lingen Kunsthalle, Lingen, Alemanha (2011); “Rivane Neuenschwander: fora de alcance”, Galpão Fortes Vilaça, São Paulo (2012); “POST – Rivane Neuenschwander”, Kunsthal Charlottenborg, Dinamarca (2013); “Mal-entendidos – Rivane Neuenschwander”, Museu de Arte Moderna, São Paulo (2014); “The Fever, the Sewing Box and a Ghost”, Tanya Bonakdar Gallery, Nova York (2015). Também participou das exposições coletivas “Under the Same Sun: Art from Latin America Today”, Solomon R. Guggenheim Museum, Nova York, EUA; “Ir para volver” – 12th International Cuenca Biennial, Fundación Municipal Bienal de Cuenca, Equador; “Habitar el tempo”, Fundación Jumex Arte Contemporáneo, Cidade do México, México (2014); “Imagine Brazil”, Astrup Fearnley Museet, Oslo, Noruega; “Qué desear – Collección de Arte Contemporáneo de la Fundación ‘la Caixa’”, CaixaForum Barcelona, Espanha (2013).

 

Rubens Gerchman

Rio de Janeiro, 1942-2008

Iniciou seus estudos em artes no ano de 1957, participando do Liceu de Artes e Ofício do Rio de Janeiro, onde estuda desenho. A partir da década de 1960, estuda xilogravura e frequenta a Escola Nacional de Belas-Artes. Já no fim dessa década, muda o foco de sua produção da pintura para a realização de objetos, alinhando seus interesses à discussão da nova objetividade brasileira. O resultado desse trabalho se dá em uma exposição realizada com os artistas Hélio Oiticica e Carlos Vergara. A partir de então, afirma seu nome como um dos expoentes da arte brasileira, tendo também uma passagem de grande importância para sua trajetória nos EUA, onde no ano de 1968 é um dos membros fundadores do Museu Imaginário Latino-Americano de Nova York. Nesse momento também mostra seus primeiros trabalhos conceituais. Nos anos de 1980, já há dez anos de volta ao Brasil, o artista volta a dedicar-se à pintura realista, trazendo como motivo principal questões sociais brasileiras.

 

O artista participa de várias exposições no Brasil e no exterior, além de receber premiações que reconhecem a importância de sua contribuição à arte brasileira. Dentre os trabalhos, destacam-se a produção da arte da capa do disco Tropicália ou panis et circensis e a pintura Lindoneia (1966), que também inspirou uma das faixas do disco. O artista também recebe a bolsa Fundação John Simon Guggenheim, EUA, em 1980. No ano de 2010, dois anos depois de sua morte, é fundado o Instituto Rubens Gerchman (IRG), dedicado à preservação e à divulgação da memória e da obra do artista. Nos anos seguintes, continuam sendo feitas mostras retrospectivas de seu trabalho.

 

Sara Ramo

Madrid, Espanha, 1975

Vive e trabalha entre Madri e Belo Horizonte. Filha de pai espanhol e mãe mineira, a artista sempre transitou entre os dois países, até que em 1997 se estabelece em Belo Horizonte, cidade onde aprimora sua formação em artes. A artista destaca que a cidade foi essencial para o desenvolvimento de sua poética, que pode se manifestar por trabalhos em vídeo, fotografia ou instalações, sendo marcada pelo uso e deslocamento de objetos e cenas banais.

 

Ramo procura investigar o instante em que os objetos param de fazer sentido na vida das pessoas para, então, criar situações em que a calma e a ordem se perdem, e o mundo parece em pane. A artista iniciou sua formação na Universidade Complutense de Madrid, posteriormente se formou em pintura pela Universidade Federal de Minas Gerais, onde também obteria o grau de mestre em artes visuais.

 

A artista já recebeu diversas premiações, contando também com três indicações ao prêmio Pipa, nos anos de 2010, 2011 e 2012. Também teve seu trabalho em exposições coletivas e individuais de grande valor nacional e internacional. Participou da 6ª Bienal do Mercosul, da 53ª Bienal de Veneza e da 29ª Bienal de São Paulo.

 

Thiago Rocha Pitta

Tiradentes, 1980

Vive e trabalha na cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Artista multimídia, desde o começo de sua carreira procura explicitar em seus trabalhos uma relação íntima com a natureza. Começa a estudar artes no ano de 1996, fazendo um curso de pintura na Escola de Artes Visuais Parque Lage, no Rio de Janeiro. No ano seguinte, ainda faz na mesma instituição aulas de desenho. Continuando sua formação, ingressa, no ano de 1999, no curso de artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, no entanto, mas não o conclui. Além da formação em artes, estuda também filosofia e estética em cursos livres.

 

Em 2004 foi contemplado com o prêmio CNI Sesi Marcantonio Vilaça. O artista também integrou a 5ª Bienal do Mercosul, em Porto Alegre, no ano de 2005. E desde então vem expondo seu trabalho em diversas exposições nacionais e internacionais. No ano de 2012 foi selecionado para a 30ª Bienal de São Paulo. É vencedor dos prêmios Marcantonio Vilaça (Brasil), em 2005; e Open Your Mind Award (Suíça), em 2009. Foi um dos finalistas do prêmio EFG Bank & ArtNexus Acquisition Award Nomination 2011.

 

 

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